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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Meditação da Mulher

Dia inesquecível


Ezequias recebeu a carta das mãos dos mensageiros e a leu. Então subiu ao templo do Senhor, abriu-a diante do Senhor e orou. Isaías 37:14, 15, NVI

Nesta época de e-mail, mensagens instantâneas e mensagens de texto, acho muito bom receber cartas. Na verdade, tão bom que, nas ocasiões em que me encontro em casa, durante o dia, aguardo o momento de ver o carteiro chegando. Num dia, em particular, o baque na caixa de correspondência foi promissor. Eu havia acabado de me formar, e tinha me candidatado a vários empregos. Talvez houvesse uma carta com o convite para uma entrevista ou, melhor ainda, com uma oferta de trabalho. Mas não. Tudo o que encontrei foram cartas e mais cartas com resposta negativa. Senti-me confusa e precisei falar com Deus acerca da minha situação.

Deus sabia que eu precisava de emprego; sabia das tardes passadas sobre os classificados de jornais, seguidas por horas ansiosas preenchendo formulários de inscrição e preparo do currículo. Ele sabia que, como recém-formada e sem experiência, para mim seria um desafio encontrar trabalho rapidamente. Sabia que eu precisava deixar uma boa impressão na entrevista. Conhecia, também, a questão opressiva do empréstimo estudantil e das contas a pagar. Ele sabia de tudo, inclusive das partes que eu mesma desconhecia.

À semelhança de Ezequias, peguei as contas e as cartas negativas sobre emprego e as espalhei sobre a cama. Depois me ajoelhei para orar. Contei a Deus sobre o meu desapontamento e disse que eu sabia que Ele encontraria um bom emprego para mim, onde pudesse testemunhar dEle. Justamente naquele dia, eu havia lido 2 Coríntios 3 como parte da minha devoção matinal. Li essa passagem de novo. Então entendi: eu não devia apenas esperar boas notícias pelo correio; eu devia ser uma boa-nova aos outros. Como o apóstolo Paulo escreveu: “Vocês mesmos são a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos. Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos” (2 Coríntios 3:2, 3, NVI).

Levantei-me em paz, dando graças porque minha boa notícia chegaria em breve. A carta que me oferecia meu primeiro emprego chegou mesmo, pouco tempo depois. Minha carta pessoal, de testemunho quanto à bondade e graça de Deus, continua viva no meu dia a dia.

Judith Purkiss

2 de junho sábado

Aguarde


Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, só o Senhor o guiou. Deuteronômio 32:11, 12

Quando nosso pai faleceu, éramos uma jovem família de cinco filhos, deixados sós naquele frio momento de luto. Todos os outros membros da família e parentes nos abandonaram. Ninguém parecia se importar com a nossa existência. A certa altura, toda esperança se perdera, e achamos que não sobreviveríamos. Nossa mãe viúva batalhava e se esforçava, fazendo tudo o que podia, com vistas à sobrevivência dos filhos. Nós resistimos.

Meus anos de ensino médio foram extremamente difíceis. Cada mês, precisávamos passar duas semanas trabalhando na fazenda, a fim de ganhar uma pequena quantia de dinheiro. É desnecessário dizer que, após o ensino médio, eu não tinha esperança de continuar os estudos. Consegui um emprego que me pagava pouco. Após algum tempo, decidi casar-me. Pedi a Deus que considerasse minha situação e me mandasse um esposo carinhoso e compreensivo.

Permaneci firme. Deus ouviu minha oração e me deu um marido assim. Ele me incentivou a me inscrever no exame da África Ocidental, e fiz isso. Fui aprovada e, depois, aceita para estudar gerência dos recursos da informação, enquanto ainda esperava um milagre. Como as coisas continuavam apertadas e difíceis para a família, eu me inscrevi para receber a bolsa de estudos do Ministério da Mulher, esperando que ela viesse quando fosse mais necessária. O tempo passou. Continuei orando e me apegando a Deus. E Ele me respondeu. Hoje, sou graduada, feliz no casamento e tenho dois meninos.

Sim, nas diferentes épocas da vida, enfrentamos algumas dificuldades que vêm de diversas maneiras. Também pode parecer que o mundo inteiro se volta contra nós. Seja qual for o caso, apegue-se a Deus. Coloque nEle a sua confiança. Ele diz: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim” (Isaías 49:15, 16). Enquanto passava por todas as dificuldades, nunca imaginei que, um dia, minha história mudasse para melhor. Então aprendi que as promessas de Deus são certas. Reclame-as. Apegue-se a elas pela fé, e Ele nunca a abandonará.

Ezinwanyi Madukoma

3 de junho domingo

O toque do Seu amor


Cheio de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Quero. Seja purificado!” Marcos 1:41, NVI

Sentindo a cálida luz do sol no rosto, achei que aquele sábado de primavera seria uma bem-vinda suspensão temporária do frio do inverno. Mas ele serviu apenas para zombar da minha melancolia. Sentia-me só, abraçando meu filhinho, enquanto as pessoas enxameavam ao nosso redor. Apertei a mão do meu outrora bem-sucedido esposo-pastor. Cada fibra do meu ser queria fugir do pátio daquela igreja de uma grande instituição.

Pouco depois de ingressar no ministério, através de uma série de mudanças políticas que não entendíamos e sobre as quais não tínhamos controle, vimo-nos desempregados, morando com meus pais numa cidade grande, intrigados, orando e perguntando a Deus o que fazer. E agora, numa cidade diferente, ali estávamos, num templo. Tínhamos ido para adorar, sabendo, instintivamente, que precisávamos fazer parte de uma comunidade de fé, mas com receio de tentar. Agora ali estávamos, sozinhos.

Então, do meio da multidão de milhares de pessoas, ela apareceu, elegante, bem vestida, sorridente, com as filhinhas logo atrás. Estendeu a mão: “Bom-dia”, disse ela, cordialmente. “Meu nome é Elizabeth. Vi vocês na Escola Sabatina. Estou contente com sua presença aqui.” Apertei a mão estendida. No calor daquela mão, no gesto de amizade, de bondade singela de uma irmã, senti Seu toque, Sua graça, Seu interesse.

Os sábados se sucederam. A incerteza de nosso ministério e das finanças nos testou a fé durante aquele longo verão. Elizabeth estava lá, cada sábado, sorridente, carinhosa, convidando-nos para a sua casa, mas não bisbilhotando.

Cada semana, em outros pátios, outros saguões, ali se encontram – jovens mães recentemente divorciadas e retornando para a igreja; outros ainda com a roupa cheirando a cigarro; pais que vêm sozinhos, com os filhos assustados e se escondendo. Idosos, entrando com dificuldade no santuário. Eu os noto, sozinhos. Será que devo parar, sair do meio do meu grupo e estender-lhes a mão? A lembrança do sorriso de Elizabeth reaparece em minha mente. Quem sabe por que vieram? Poderiam as minhas palavras e o meu toque ser a única atenção dirigida a eles hoje? Então eu paro, estendo a mão – na verdade, a mão dEle – e Sua graça flui e os alcança.

Cinda Lea Sitler

4 de junho segunda

Quando a igreja ora


Eu os fiz sofrer, mas foi para purificá-los, como a prata é purificada na fornalha. Isaías 48:10, NTLH

Dizem que uma das melhores maneiras de falar aos outros sobre Jesus é contar o que Ele tem feito por nós. Sinto-me feliz por poder contar-lhe como saí da fornalha da aflição. Tem sido maravilhoso observar a expressão no rosto das pessoas, enquanto conto minha experiência.

Durante os últimos anos, meu esposo e eu temos feito, durante o inverno, viagens a lugares mais quentes para observar os pássaros. Neste ano, decidimos ir ao Equador. Visitando um site cristão sobre aves, soubemos de uma excursão que sairia justamente quando e para onde queríamos ir.

Depois de duas semanas observando pássaros na encosta oriental dos Andes e na floresta tropical amazônica, viajamos de ônibus para várias cidades. Gostamos muito do país e de seus belos cenários. Foi em Salinas que tive o que julguei ser apenas uma “virose”, que passaria logo. Mas não me senti bem nos dias seguintes e, num desses dias, viajamos onze horas e meia de ônibus, de Manta a Quito. Eu levava comigo um antibiótico, e comecei a tomá-lo.

Tínhamos deixado nosso carro em Phoenix, Arizona. Quando chegamos de volta a Phoenix, os sintomas simplesmente explodiram. Sentia-me doente e fraca. Embora houvéssemos planejado ficar no Arizona por algumas semanas para desfrutar o calor e observar mais pássaros, eu disse a meu esposo que simplesmente precisava ir para casa.

Uma vez em casa, numerosos exames médicos e uma visita ao pronto-socorro para outra consulta e medicamento intravenoso não foram suficientes para nos dar a resposta: Que doença seria essa?

Agora acreditamos que eu tive febre tifoide. Por duas semanas, minha temperatura ficou entre 39 e 40 ºC. Eu não tolerava alimento. Os sintomas abdominais simplesmente não diminuíam, e perdi peso. Tinha calafrios todos os dias, e meu corpo todo sacudia.

Num sábado, meu esposo telefonou para um amigo e pediu que orassem por mim na igreja. Que resposta à oração! Depois daquela manhã, não tive mais sintomas abdominais nem febre. Nada! A oração coletiva da igreja trouxe a resposta da qual eu tanto necessitava. Deus não prometeu que não haveria aflições, mas prometeu acompanhar-nos o tempo todo.

Carol Stickle

5 de junho terça

A diferença


Noé soltou um corvo, mas este ficou dando voltas. Depois soltou uma pomba para ver se as águas tinham diminuído na superfície da terra. Mas a pomba [...] voltou para a arca, a Noé. Ele estendeu a mão para fora, apanhou a pomba e a trouxe de volta para dentro da arca. Gênesis 8:6-9, NVI

Pombas e corvos não se parecem, e suas outras diferenças também são significativas. As aves podem ser parecidas, mas o propósito para o qual foram criadas pode ser muito diferente. Os corvos se alimentam de carniça e pertencem à família dos corvídeos. A Bíblia os classifica como imundos. As pombas e rolas pertencem à família dos columbídeos e são classificadas como aves limpas. Os corvos são associados a moribundos e mortos, enquanto as pombas são símbolo de esperança, paz e cura.

Noé soltou um corvo e uma pomba para fora da arca, após o dilúvio. Ambos voltaram para a arca, mas Noé não recolheu o corvo. Este continuou indo e voltando, até encontrar um lugar onde pousar. “Quarenta dias mais tarde, Noé abriu uma janela que tinha feito, e soltou um corvo. O corvo ficou a voar, indo e voltando até a terra ficar inteiramente seca” (Gênesis 8:6, 7, BV). Mas, quando a pomba retornou, Noé estendeu a mão e a trouxe de volta, para dentro da arca. Uma semana depois, soltou a pomba de novo e ela retornou com um ramo de oliveira no bico, sinal de que as águas tinham diminuído e a vegetação brotava mais uma vez. O corvo não trouxe nada para Noé.

Quando li a história pela primeira vez, senti pena do corvo, até compreender que ele não mais era necessário dentro da arca. A razão pela qual fora salvo do dilúvio estava sendo cumprida; seu propósito estava do lado de fora da arca. O corvo é uma ave de rapina, e havia carcaças do lado de fora da arca. Noé estava permitindo que o corvo cumprisse o propósito que Deus lhe dera, ao deixar que se fosse.

De modo semelhante, Deus nos dará instruções que Ele espera que sigamos, até que nos diga outra coisa. Quando se cumprir um propósito divino, Ele nos informará sobre quando devemos abandonar determinado curso de ação. Não faz sentido tentar alterar ou mudar um propósito divino para o qual algo foi criado. Saiba a diferença entre o que pertence ao interior da sua arca e o que pertence ao lado de fora. Quando Deus mandar abrir a janela, faça isso. Recolha a pomba, mas libere o corvo. Sua libertação depende disso.

Desrene L. Vernon

6 de junho quarta

Meu primeiro voo


Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a Tua mão direita me guiará e me susterá. Mesmo que eu diga que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para Ti. A noite brilhará como o dia, pois para Ti as trevas são luz. Salmo 139:9-12, NVI

Para comemorar meus 70 anos, meus filhos me presentearam com uma passagem aérea para a América do Sul, a fim de visitar minha filha, que mora no Paraguai. Antes dessa viagem, eu nunca tinha entrado num avião. Nem mesmo podia imaginar algo parecido. O voo foi simplesmente maravilhoso! Estou convencida de que Deus preparou tudo para me dar essa maravilhosa sensação de voar acima das nuvens, sem experimentar nenhuma agitação ou temor. Não sei explicar de outra maneira.

Partimos de Frankfurt, na Alemanha, às 23 horas. Uma hora mais tarde, cochilei no meio das nuvens. Devo ter continuado a ouvir o ruído das turbinas, porque acordei após alguns minutos, quando o som mudou. Pela janela, tudo o que eu via era neve, e o avião parecia parado no ar. Quando comentei isso com a minha filha, que viajava comigo, ela se divertiu muito – estávamos acima das nuvens. Incrível!

O céu estava cheio de estrelas e a Lua brilhava perto de nós, deixando tudo claro como dia. Durante a noite, enquanto todos os demais dormiam, andei dentro do avião, erguendo os braços e inclinando a cabeça. Tomei o cuidado de não perturbar outros passageiros nem tropeçar sobre objetos no chão. Ao nos aproximarmos de São Paulo, vi o Sol surgindo como uma bola enorme, majestosa, erguendo-se em apenas nove minutos, com elegância e facilidade. Que esplendor!

Fiquei quieta e olhei para as pessoas adormecidas, entendendo que elas tinham plena confiança na habilidade do piloto. Isso era bom. Quando o comandante cumprimentou os passageiros pelos monitores da cabine, vi um senhor de meia-idade, de aparência realmente confiável. Mas me veio à mente uma pergunta: Essas pessoas têm consciência de quem é, realmente, o Piloto na cabine de comando? É Aquele que me acompanhou em meu primeiro voo, de modo tão maravilhoso. Podemos confiar sem reservas em nosso Piloto. Ele sabe o que é bom para nós e nos ama, acima de tudo.

Maria Lamprecht-Schmid

7 de junho quinta

Campo missionário


Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Mateus 28:19, NVI

Quando nossas meninas tinham por volta de 3 e 5 anos de idade, tivemos o privilégio de ser mandados como missionários para um lugar distante. Embora nos entusiasmássemos com aquilo que o Senhor havia reservado para nós, também nos sentíamos receosos.
Ao embarcarmos no avião – nosso primeiro voo internacional –, sentíamos euforia e temor, ao mesmo tempo. Lembro-me de ter orado: Senhor, estou com medo. Para onde nos levarás? Chorei, no íntimo, receosa quanto ao desconhecido. Ao olhar, porém, para as minhas meninas, alegres, felizes, sem cuidado nenhum, disse a mim mesma: Jemima, se você entregou tudo a Deus para esta missão, então não há necessidade de se preocupar. É só seguir a Sua guia. Com esse pensamento, senti-me confortada.

Nunca nos esqueceremos da aventura de nossa missão africana. Fizemos belas amizades. Nossa vida, simples e humilde, era cheia de alegria e contentamento. Alegria por servir ao Mestre em tempo integral, e contentamento com o amor das pessoas com quem trabalhávamos.

Então, alguns anos depois de termos retornado para a América, perguntei ao meu esposo se poderíamos voltar para o campo missionário. Eu sentia falta das atividades que desenvolvíamos na África, da simplicidade e da vida de serviço que eu julgava ter levado. Depois de pensar um pouco, Danny me disse que a América era agora o nosso campo missionário, porque nosso campo missionário é onde quer que Deus nos coloque.

Essa ideia ficou comigo, e em vez de desejar voltar ao “campo missionário”, comecei a viver a vida de serviço que já havia levado. Deus me disse que somos missionários onde quer que nos encontremos. Nossos familiares, nossos amigos, membros da nossa igreja, pessoas que encontramos no supermercado, na estação do metrô ou do ônibus, em nosso local de trabalho, todos – são eles o nosso campo missionário. Devemos amá-los, colocá-los em primeiro lugar. Esqueçamo-nos da nossa zona de conforto.

Agora, estou feliz e contente com a vida. Compreendi que não preciso viver em algum lugar longe de casa para ser missionária. Não preciso estar na África, Ásia ou em qualquer outro continente para viver uma vida simples. Não preciso estar a milhares de quilômetros de casa para experimentar a alegria de servir.

Jemima Dollosa Orillosa

8 de junho sexta

Problemas com o pai


O Senhor lhe apareceu no passado, dizendo: “Eu a amei com amor eterno; com amor leal a atraí.” Jeremias 31:3, NVI

Enquanto me acomodava no sofá, liguei a televisão para assistir ao show de Tyra Banks. O programa da noite focalizava as operárias do sexo – aquelas que queriam sair da profissão e outras que buscavam provar o glamour da atividade.

Uma moça odiava seu pai adotivo, por tê-la introduzido no mundo da prostituição. Ele lhe mostrara os “segredos” do ofício, bem como o que fazer para deixar os homens “felizes”. Outra moça amava seu gigolô, porque ele a havia “descoberto” num shopping, enquanto ela fugia de seu namorado abusivo. Ele lhe dissera que ela era linda, e prometeu cuidar dela. Tyra ficou enfurecida! Declarou com veemência que um homem como esse era um predador de mocinhas atraentes que tinham problemas de autoestima. Depois, uma ex-prostituta apelou às garotas para que deixassem a vida de prostituição enquanto podiam. Contou que se havia sentido atraída pelos carros, roupas bonitas e apartamento com vista panorâmica da cidade, mas que havia o outro lado terrível da moeda, além de quase ter sido morta nove vezes.

Pensei: Por que essas meninas fazem isso consigo mesmas? Por que vendem tão barato seu corpo de valor inestimável? Seria possível que alguma quantia de dinheiro faria com que valesse a pena o que estavam fazendo consigo mesmas? Concluí que essas moças deviam ter uma coisa em comum: problemas com o pai. Para falar a verdade, cada uma admitiu que sentia falta de um modelo masculino positivo na vida. Ansiavam sentir-se seguras, amparadas e especiais.

Eu gostaria de haver-lhes dito que elas têm, sim, um Pai que as ama sinceramente, que nunca as venderia para homens diferentes. Eu gostaria de ter estado no auditório para gritar a plenos pulmões que elas são princesas de valor infinitamente inestimável. Elas têm um “Pai” que não tem segundas intenções para cuidar delas ou amá-las. Ele foi o Único que levou em consideração o melhor interesse delas.
Ah, como desejei ter sabido disso quando fui adolescente e esperava que um rapaz me dissesse como eu era bonita! Parecia, naquela época da minha vida, que meu coração era um abismo sem fundo. Sentia falta de atenção a cada instante. Mas meu Pai celeste preencheu esse vazio do coração. Se eu permanecer junto dEle, Ele Se chegará para ainda mais perto de mim. Sou defendida – e sempre o serei.

Raschelle Mclean-Jones

9 de junho sábado

Baxter ganha carona


O amor é paciente. 1 Coríntios 13:4

Algumas semanas atrás, vi um cachorro Cocker Spaniel perambulando em nossa rua. Continuei com o que estava fazendo e então, quando novamente olhei pela janela, percebi que o fato de eu ter visto aquele cão era estranho. Raramente vejo, se é que alguma vez já vi, um cachorro sem o dono preso a ele. Assim, concluí que devia ser um cão sem dono. Depois, achei que seria o cachorro que pertence ao nosso mecânico, que mora a alguns quarteirões de distância.

Procurei seu número de telefone e liguei. Dito e feito, Baxter tinha sumido. Contei a Wilf onde eu avistara o cachorro e ele me disse que sairia em seguida. Logo vi o carro se aproximando do campinho do outro lado da nossa casa, e saí rapidamente para dizer a Wilf a direção que o cachorro havia tomado.

Alguns minutos mais tarde, eu estava novamente ao telefone, quando Wilf acenou ao passar pela minha janela. Ele estava, sem dúvida, feliz por ter encontrado Baxter, o fujão, e a cena que vi foi preciosa. Baxter ia sentado, ereto, no banco do passageiro, orgulhoso e feliz da vida.

Que grande lição objetiva! Ela me fez pensar em como nos parecemos com Baxter. Todos temos um maravilhoso Dono que nos ama, nos alimenta, nos protege e cuida de cada necessidade nossa. Mas resolvemos ser donos do próprio nariz e isso, às vezes, nos leva a lugares aos quais não pertencemos ou onde não precisamos estar. Alegremente farejamos aqui e ali, provavelmente sem perceber que nos afastamos para longe de casa e, na verdade, nos encontramos em perigo. Mas nosso fiel, paciente, bondoso e amorável Dono chega para resgatar-nos, talvez em resposta a nossas orações anteriores ou às de amigos ou familiares. Ele nos mostra que estamos perdidos e que nos desviamos do Seu lado. Terna e gentilmente nos conduz de volta a Si mesmo.

Andamos a esmo de muitas maneiras. Ocupamo-nos demais para poder passar diariamente algum tempo com nosso Dono, mas Ele espera e nos ajuda a reconhecer que precisamos dEle. Quando voltamos, Ele nos mostra Seu amor: infindável, incondicional e imutável. É um Deus maravilhoso!

Quando chegarei a aprender? Sou muito grata porque Deus continua a me ensinar com paciência.

Gay Mentes

10 de junho domingo

Meu marido


O teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; Ele é chamado o Deus de toda a Terra. Isaías 54:5

Eu tinha 20 e poucos anos e era uma cristã relativamente nova. Após um relacionamento um tanto desfavorável com um rapaz, tive o desejo de fazer amizade com homens e mulheres cristãos do mundo todo. Não estava, sinceramente, procurando outro namorado, mas achei que seria uma inspiração e auxílio na minha jornada com o Senhor se eu entrasse em contato com outras pessoas que pensassem de modo parecido. Assim, encontrei o anúncio de um catálogo que supostamente ajudava as pessoas a encontrar “contatos em âmbito mundial”. Isso me pareceu bom, e mandei uma foto minha com uma nota dizendo: “Estou à procura de contatos com cristãos do mundo inteiro” – sem me dar conta de que, na verdade, era um catálogo para pessoas que procuravam um cônjuge. Durante os meses seguintes, recebi cartas de homens de todas as idades, do mundo todo, não necessariamente cristãos, que queriam casar-se comigo! Isso realmente me desgostou. A certa altura, eu não queria mais nem abrir aqueles envelopes, sabendo que seria mais uma proposta de casamento.

Mas o que dizer do convite de casamento feito pelo Senhor? Teria eu realmente estendido a Ele o convite para que assumisse o controle completo da minha vida? Quantas vezes endureci o coração à Sua voz, mesmo depois de ter me convertido! Ainda assim, Ele verdadeiramente desejava ter esse relacionamento chegado, íntimo comigo, que se assemelha à relação terrestre de marido e esposa.
Foi somente após outro relacionamento desfavorável que decidi entregar plenamente minha vida a Deus e ser batizada. Desde então – e isso aconteceu há mais de uma década –, continuo solteira. Durante esse tempo, o Senhor me ensinou muitas lições valiosas. Com efeito, agora sou casada com Jesus Cristo; porém, não descarto a ideia de casar-me com um esposo terrestre algum dia. Sem dúvida, o Senhor incutiu em nós o desejo de unir-nos em matrimônio aqui na Terra, e muitas vezes Lhe perguntei por que Ele ainda não me apresentou a minha “outra metade”. Mesmo assim, tenho sido verdadeiramente abençoada neste estado “incompleto”, que tem sido completado por Ele.

Ele nunca falhará comigo, e sabe exatamente o que é melhor para mim, e quando.

Daniela Weichhold

11 de junho segunda

Incêndio à vista


Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Isaías 43:2

Em junho de 2008, os relâmpagos das tempestades provocaram incêndios por toda a nossa região. Paradise, Califórnia, localiza-se numa serra com desfiladeiros rodeando a cidade. Se um incêndio começa no desfiladeiro, os ventos rapidamente levam as chamas a subir de ambos os lados da garganta. Achávamos que o ar enfumaçado e carregado ficaria limpo. Mas, em vez disso, ele se tornou espesso com a fumaça e passamos por várias evacuações obrigatórias. Todas as escolas e escritórios da região foram fechados por causa da ameaça. Permanecíamos grudados à TV para saber se seria necessária a evacuação.

Os incêndios recebiam o nome de acordo com a rua ou a área na qual tinham começado. O primeiro grande incêndio, o Humboldt, começou 14 quilômetros ao sul de onde morávamos. Os bombeiros acharam que o haviam contido, mas os ventos começaram a mudar de direção. Isso significava que o incêndio se movia na direção sul de Paradise. Nós moramos no lado ocidental da serra, duas ruas depois do desfiladeiro.

Meu esposo, Ben, e eu decidimos esperar o telefonema sobre a evacuação obrigatória. Mas, quando foi desligada a energia elétrica e ficamos sem saber o que acontecia, empacotamos nossas coisas e saímos, levando também Sheba, a gata, e Buster, nosso cãozinho vermelho da raça dachshund. Já haviam avisado que nos preparássemos para sair a qualquer momento. Decidir o que levar nos deixou com uma sensação estranha. Estávamos convidados a falar na reunião campal de Minnesota, e saímos de casa sem saber se ela estaria em pé quando retornássemos, uma semana depois. Levamos mais de três horas para percorrer um trajeto que normalmente leva 20 a 25 minutos.

Os incêndios engolfaram tanto nossa área que tivemos que usar máscaras durante a maior parte de julho e agosto. Os incêndios estavam quase extintos quando o fogo no lado leste começou a crescer. O desafio era o hospital adventista Feather River. As chamas chegaram tão perto do hospital que ele precisou ser evacuado por pelo menos dez dias. O chefe do combate ao incêndio relatou que era impossível que aquelas chamas não consumissem o hospital, mas ele permaneceu seguro. Deus havia respondido às nossas orações em favor da comunidade de Paradise. Deus ainda controla incêndios, o clima e nossa vida. Ele é digno de ser adorado!

Mary L. Maxson

12 de junho terça

A natureza de Deus


Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16

Alguns anos atrás, quando meu esposo e eu voltávamos do Parque Nacional Jasper para casa, após a realização do Congresso Odontológico anual, decidimos passar o sábado no parque. Vivemos momentos extraordinários admirando a criação de Deus! Era de tirar o fôlego a vista da montanha. As flores silvestres eram lindas, e gostei de ver tantos animais selvagens.

Toda vez que minha mãe visitava as Montanhas Rochosas, tinha grande esperança de ver ursos. Quando via um, aquilo era o ponto alto do dia, e ela comentava que Deus respondera à sua oração. Sempre participei da euforia de mamãe, já que não há ursos no Brasil, nosso país natal. E sabendo que a região do Parque Nacional Jasper é terra de ursos, esperei que víssemos pelo menos um naquele sábado. Mas, ao voltarmos para casa, as chances diminuíam a cada quilômetro.

Enquanto eu dirigia, orei silenciosamente: Muito obrigada, querido Deus, por todas as bênçãos que recebemos neste fim de semana. Foi maravilhoso. Senhor, sei que não mereço, mas, do fundo do coração, também quero ver um urso. Eu sei! Eu devia estar contente com tudo o que tenho. Sim, muito obrigada, Pai! E assim, sentindo-me contente, continuei admirando a paisagem.

A vista era simplesmente espetacular, e era fácil distrair-se. Então, depois de uma curva, vi muitos carros parados dos dois lados da estrada. Eu sabia o que significava: algum animal selvagem no local. Entusiasmada, desacelerei, mas continuei em frente, porque não sabia onde estaria o animal. Passei por uns dois carros e ali estava ele: um filhote de urso negro, a dois metros do nosso carro!

Alegria e admiração me encheram a alma. Depois que partimos novamente, orei outra vez: Muito, muito obrigada! Sei que não mereço isto, mas estou muito feliz. O Senhor respondeu: “Eu sei. Não fiz isso por sua causa, mas por Minha causa! Sou amoroso, misericordioso e generoso, e Me deleito em vê-la feliz. Fiz isso porque a amo e queria que soubesse disso; não o fiz porque você merecia.” Sorri e pensei: Tu deste Teu Filho, não por meus méritos, mas porque me amas. Aquilo tornou a viagem inesquecível. Vi um urso porque Deus me ama.
Lembre-se sempre: Deus a ama também.

Eunice Passos Molina Berger

13 de junho quarta

Vozes dos céus


Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das Suas mãos. Salmo 19:1, NVI

Encho-me de admiração diante da beleza do céu. Que experiência tremenda é ver a Via Láctea, a Ursa Maior, Órion com seu régio esplendor e também o Cruzeiro do Sul. De igual modo, naturalmente, a estrela da manhã. Cada planeta, estrela e constelação visível ao olho humano declara a maravilhosa mensagem da graça de Deus para com Seus filhos na Terra. Certa manhã, em particular, depois de acordar e ir para meu lugar costumeiro de louvor, chamou-me a atenção o fenômeno observável do Cruzeiro do Sul, diretamente diante de mim. Que visão!

Fui imediatamente levada ao Calvário e ao que Jesus ali realizou em meu favor. Minha mente foi cativada pelo fato de que os céus declaram Seu amor eterno por todos os habitantes do planeta Terra.

Minha contemplação do céu revelou outro corpo celeste notável, a estrela da manhã. Esse planeta, Vênus, me faz lembrar continuamente da fidelidade de Deus. Quando olho para o céu pela manhã, lá está Vênus, e quando, maravilhada, olho para o céu à tardinha, Vênus ainda está lá – a estrela vespertina. Saio animada para o dia de hoje, pois meu Pai é fiel. Ele cumpre Sua palavra. Posso depender dEle manhã após manhã e ao longo do dia. Ele está sempre disponível. “Porque Teu amor leal se eleva muito acima dos céus; a Tua fidelidade alcança as nuvens!” (Salmo 108:4, NVI).

Olhei por um pouco mais de tempo e notei a constelação de Órion, com toda a sua magnificência. Gratidão e esperança me inundaram a mente, pois me lembrei de que será por uma abertura no cinturão de Órion que Jesus fará Sua segunda entrada de volta à Terra. A vida, assim como a conhecemos, não continuará para sempre. Glória a Deus! Os céus declaram que breve, muito breve, Jesus virá e resgatará todos os Seus filhos.

Muito obrigada, Senhor, por me falares diretamente dos Céus! Graças Te dou porque, devido ao Teu sacrifício na cruz do Calvário, tenho certeza da Tua fidelidade para comigo. Muito obrigada pela viva esperança em Tua vinda para me levares a fim de viver contigo para sempre e sempre, nos novos céus e na Nova Terra. Eu Te amo!

Claudette Joy Andrews

14 de junho quinta

Não era para ser


O Senhor nos guia no caminho em que devemos andar e protege aqueles cuja vida é agradável a Ele. Salmo 37:23, NTLH

Um sopro do ar fresco da manhã me energizou, enquanto eu colocava as malas dentro do carro. Eram 3 horas da madrugada, e eu estava de partida para um congresso nacional, no qual apresentaria um trabalho e assistiria a diversas sessões abertas. Várias ex-colegas estariam lá, e a perspectiva trazia grande potencial para produzir recordações memoráveis.

Chegar ao aeroporto foi tranquilo. No terminal, havia poucos funcionários, mas vários pontos de check-in. Porém, quando digitei minhas informações de viagem, a tela do computador apresentou um aviso: Erro. Use o telefone e fale com um funcionário. Tentei de novo, esperando um resultado diferente. Mais o resultado foi o mesmo. De repente, vi um homem uniformizado, alguém que representava a empresa aérea. “Senhor, estou recebendo uma mensagem de erro. O senhor poderia...”

“A senhora precisa falar com a funcionária dos bilhetes”, respondeu ele, e prosseguiu seu caminho.

A essa altura, vi que vários outros estavam passando por um problema semelhante nos pontos de check-in, e as filas para falar com os funcionários estavam muito longas. Com grande ansiedade e frustração, coloquei-me numa fila. Aproximando-se a hora do embarque, meu nível de ansiedade aumentou, especialmente quando percebi que ainda precisaria passar pela segurança.

Perdi o voo das 7h38, e recebi a simpática confirmação para o voo das 10h40. Mas o voo das 10h40 estava lotado, e me passaram para o voo das 13h10. Este foi atrasado para as 15h02 e depois para as 16h02, e finalmente cancelado. Caía uma nevasca sobre a cidade.

Não cheguei ao meu destino, mas minha bagagem, sim. Finalmente, voltei para casa, depois de mais de 21 horas no terminal do aeroporto, dois percursos de 290 quilômetros de ônibus, e um trajeto de carro, de 113 quilômetros, ida e volta. Ponderei por que os planos mais bem traçados dão errado algumas vezes, sem motivo ou razão. Nossos planos parecem bons no papel, mas circunstâncias imprevistas viram as coisas de cabeça para baixo. Entendi que há ocasiões em que os eventos na vida são tão extremos que precisamos acreditar que Deus tem uma razão para permiti-los. Se Ele verdadeiramente nos guia os passos, então temos motivo para deleitar-nos em saber que estamos firmes e seguras sob Seu cuidado.

Faith-Ann McGarrell

15 de junho sexta

Auxílio invisível


Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação. Gênesis 2:3, NVI

São 7 horas da manhã de sexta-feira. As crianças já saíram de casa e estou pensando no novo dia. Há tanta coisa para fazer! Nunca serei capaz de administrar tudo; preciso de ajuda. Em minhas devoções, sinto a paz inundando meu coração e assim posso começar o dia.

Preparo rapidamente a massa do pão. Quero que minha família tenha uma boa refeição à noite. Antes de sair com o cachorro, consigo limpar o banheiro. Agora posso sair com o cão. Nesse momento, toca o telefone. “Oi! Precisei telefonar para lhe contar tudo o que tenho no coração. Você tem tempo?” Ah, Senhor, por favor, dá-me tempo!

Finalmente, meia hora depois, o cachorro pode sair. Não importa; será uma caminhada rápida. Mas passa uma hora até que eu retorne, acompanhada por um vizinho que me conta que recebeu o diagnóstico de câncer.

Faço um bolo, preparo o almoço do dia seguinte e coloco as batatas para cozinhar para o almoço de hoje. As crianças voltam da escola. Elas me entregam seus recipientes do sanduíche e garrafas de água, bilhetes de informação para os pais, e boletins para assinar. Após o almoço, as crianças fazem o dever de casa. Apesar de tudo, a cozinha está finalmente limpa.

Meu esposo volta do trabalho. “Querida, vou passar o aspirador no andar de cima.” Maravilha! Só precisarei passá-lo no piso térreo e passar um pano no chão. Quando termino, as crianças já tomaram banho. Olho o relógio.

O tempo, acaso, parou? Ainda tenho uma hora até o pôr do sol. Posso preparar uma bela refeição, além de preparar-me mentalmente para o sábado.

Com muita frequência, só tarde da noite consigo terminar o trabalho e fazer as coisas importantes. Mas, vez após vez, noto que meu trabalho fica pronto mais rapidamente nas sextas-feiras, particularmente quando tomo tempo para ouvir as preocupações de outras pessoas. No deserto, Deus ajudou Seu povo a se preparar para o sábado: caía porção dupla do maná às sextas-feiras, e ele se conservava pelo dobro do tempo em comparação com os outros dias. Passo por essa experiência hoje. Recebo uma bênção sabática já na sexta-feira, porque Deus me auxilia em meus preparativos. Assim, posso celebrar o sábado com o coração agradecido.

Heike Steinebach

16 de junho sábado

Atraso e bênção


Porque aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Salmo 91:11

Eu era a nova professora numa cara escola particular e, como tal, fazia constantemente meu melhor para seguir cada regra e procedimento. Uma regra estrita era que todos os professores precisavam estar na sala de aula às 7h05 para receber os alunos. Eu estava sempre lá pontualmente e suspirava quando a supervisora passava pelo corredor momentos antes que alguns dos outros professores chegassem às salas.

Numa segunda-feira de manhã, eu precisei imprimir algo antes da aula. Havia tempo suficiente para eu imprimir os documentos e correr para a sala, mas a impressora se recusava a trabalhar. Comecei a ficar desesperada e tentei repetidas vezes, sem resultado. Duas colegas viram o meu dilema e tentaram ajudar, mas, em vez de imprimir meu documento, ela continuava imprimindo uma página que alguém tentara imprimir antes. Agora tínhamos umas seis cópias desse documento de outra professora, e nenhuma cópia do meu. Testamos tudo o que podíamos imaginar, mas a impressora se recusava a imprimir minhas páginas. Olhei o relógio. Já eram 7h15. Não acreditei! Eu estava lutando com a impressora por mais de 15 minutos. Agradeci às colegas que tentaram ajudar, e quase corri para a sala 7B. Sabia que estava atrasada.

Quando cheguei perto da porta, ouvi vozes agitadas e um som de sapatos pisando em vidro. Um dos longos tubos de lâmpada fluorescente se desprendera do seu suporte e havia caído exatamente sobre a minha mesa. A área estava coberta de vidro quebrado e pó. Levou algum tempo até que eu assimilasse o pleno impacto do que ocorrera. Se a impressora na sala dos professores não tivesse falhado, eu estaria sentada junto à mesa. Nem imagino as consequências de ser atingida por aquele grande bulbo caindo, para não mencionar o dano que seria causado pelo vidro quebrado e a inalação de mercúrio.

Nosso Deus, na verdade, é tremendo, e Sua proteção e misericórdia não têm limites. Da próxima vez que você for tentada a reclamar quando circunstâncias imprevistas a impedirem de realizar seus planos, lembre-se de que você não sabe o que acontece nos bastidores. Paulo não corria o risco de ser atingido por lâmpadas fluorescentes, mas certamente estava com a razão quando escreveu: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1 Tessalonicenses 5:18, NVI).

Dinorah Blackman

17 de junho domingo

O grande médico


Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz. Lucas 8:48

Sentada na sala de espera do doutor, pensei em Jesus como o grande Médico. Ele usava os métodos simples, comuns, e realizava curas práticas e extraordinárias. Ele conhecia o histórico médico de cada paciente, sem precisar rever a ficha ou fazer um exame clínico. Não precisava de um consultório para prescrever o medicamento ou dar o diagnóstico. Não apoiava indústrias farmacêuticas, nem pertencia a elas. Seus pacientes não precisavam de antibióticos ou tratamentos com efeitos colaterais. Ele tinha Sua própria pomada, feita de cuspe e barro. Com o toque da Sua mão, o som da Sua voz, o coxo andava, o cego enxergava, e os mortos viviam outra vez. Não tinha o divã do psiquiatra; Ele falava com autoridade, e os perturbados e os mentalmente enfermos eram curados.

Especializou-Se na humanidade e curava com a divindade. Seus pacientes não precisavam de plano de saúde, e cada consulta se processava sem custo. Na verdade, Jesus ia à casa dos enfermos. Curava sem discriminação. Curava o pobre e o rico, o fazendeiro e o funcionário do governo. Fico impressionada com a história da mulher com hemorragia. Ela havia sofrido dor e desconforto por 12 anos. Doente e fraca, gastara tempo e dinheiro indo a médicos e a todo tipo de especialistas – sem resultado. Tinha sido ritualmente isolada da família e da comunidade. Não tinha mais outro lugar ao qual volver-se. Então ouviu acerca de Jesus e dos milagres que Ele operava. Isso lhe deu esperança. Recuperou a fé e, enquanto andava em meio à compacta multidão, tocou a orla do manto de Jesus.
Imediatamente, soube que estava curada. Jesus também soube que dEle havia saído o poder da cura. A fé da mulher foi tão grande que aquele toque em Sua veste, manchada com pó e barro, curou-a literalmente.

Jesus tem o poder de cura do qual necessitamos hoje. Ele sabe quantos cabelos temos na cabeça, Ele nos conheceu antes que fôssemos concebidos e conhece nossos pensamentos e sentimentos mais secretos. Os milagres que realizou no passado, Ele é capaz de operar agora, em nossa vida – contanto que creiamos.

Pai, hoje oro para que me cures com Teu amoroso toque. Tenho fé e acredito que podes me tornar sadia.

Diantha Hall-Smith

18 de junho segunda

Quando Deus fala


Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Salmo 121:1, 2

O voo tinha sido longo. Agora estávamos pousando no pequeno e enclausurado reino do Nepal, terra da montanha mais alta do mundo.
De dentro do veículo que nos levava para a casa que seria nosso lar durante os anos seguintes, examinei o cenário. Como eu não queria correr o risco de ser chamada de americana antipática, cheguei bem perto do meu esposo e lhe disse em voz baixa: “Não vou gostar deste lugar. Olhe! As vacas estão no meio da rua. Os macacos comem nas calçadas, sem ligar a mínima para as pessoas.” Ele apenas sorriu e cochichou ao meu ouvido: “É só esperar. Dê tempo ao tempo.”

Chegando à casa, fui investigar cada cômodo. Os quartos de dormir ficavam no piso térreo, enquanto a sala, a cozinha e a sala de jantar ficavam no andar de cima. “Eu lhe disse que não ia gostar deste lugar”, anunciei. “Esta casa está de ponta cabeça! Quem já ouviu falar de uma casa com os quartos na parte de baixo?” Então, saí para a varanda diante da sala de jantar e ali, diante dos meus olhos, estava o incrível e majestoso Monte Everest, com seus picos nevados, apresentando-se como um monumento no tempo. Fiquei sem fala! De repente, vi as coisas sob uma nova perspectiva. Creio que Deus estava pedindo que eu acolhesse as diferenças.

Dentro de pouco tempo, começamos a fazer caminhadas junto com outras pessoas, ao redor de Katmandu. Eu nem podia acreditar na beleza dos montes e verdes vales, cheios de campos amarelos de mostarda. Meninas carregando jarros de água e homens idosos sentados nas varandas, fumando longos charutos, apresentavam uma rica tapeçaria que constitui o encanto da paleta de canetas ou pincéis. A beleza e a diversidade daquelas pessoas gentis permanecerão comigo para sempre.

Todos os dias, eu calçava meus tênis e andava pelas ruas irregulares. Mesmo então, eu espiava diariamente a montanha mais alta do mundo. A montanha tinha sua própria linguagem. Falava a língua da força, da resistência e da existência atemporal. Então, chegou a manhã em que não pude ver a montanha, ao elevar os olhos para os “montes”. Nuvens e nevoeiro a cobriam, mas eu sabia que ela estava lá. À semelhança do Monte Everest, Deus está sempre lá, embora eu não consiga vê-Lo. Ele prometeu que nunca nos deixaria nem nos abandonaria, e Ele cumprirá Sua promessa.

Gustavia Raymond-Smith

19 de junho terça

Oração respondida


Antes de clamarem, Eu responderei; ainda não estarão falando, e Eu os ouvirei. Isaías 65:24, NVI

Era a noite de 30 de outubro, e a licença do meu filho como piloto venceria no dia seguinte. A fim de manter atualizada sua licença, era necessário que ele voasse no dia 31 de outubro. Dois horários marcados haviam sido cancelados por causa do tempo extremamente ventoso. Se ele não pudesse voar no dia seguinte, precisaria retomar várias aulas e refazer o exame. Isso significaria tempo e dinheiro que eu não queria que ele gastasse.

Meu filho havia saído de Berrien Springs, Michigan, no ano anterior porque as condições do clima o impediam de voar com frequência. Mas a mudança para Boston, Massachusetts, não representou a melhora que ele havia esperado. As condições do clima lá eram bastante parecidas com as de Michigan, e eram raros os dias bons para voar.

Assim, eu o incentivei a orar sobre o assunto e lhe garanti que seu pai e eu estávamos orando por um milagre. Com a fé nas alturas e orações ascendendo continuamente ao trono da graça, pedindo um tempo mais calmo, meu filho marcou um horário para voar no dia 31 de outubro.

O vento ainda soprava à noite, enquanto orávamos e fomos dormir. No dia seguinte – tudo calmo. Graças ao Senhor! O Deus dos céus, dos mares e da terra segurou os ventos.

Deus revela muito amor e cuidado por nós. Ao longo da vida, somos desafiados por muitos e variados problemas. Sejam grandes ou pequenos, Deus está pronto e disposto a ajudar, e é capaz de fazê-lo. Nenhuma preocupação é pequena ou insignificante demais. Então, entreguemos a Ele os nossos fardos.

Adotei um lema para a vida: “Acentue o lado positivo.” No texto de hoje, Isaías faz referência aos novos Céus e à Nova Terra. Todavia, mesmo aqui, neste mundo manchado pelo pecado, Deus ouve nossas orações. Ele pode extrair algo maravilhoso de cada situação má, por mais desesperada ou improvável que pareça no momento. Precisamos acentuar o que é positivo, com fé. “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Filipenses 4:6, 7, NVI).

Janice Fleming-Williams

20 de junho quarta

Não julgue


Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Filipenses 2:3, NVI

Meu esposo e eu viajávamos pela estrada, num verão. Certa manhã, sentamo-nos na sala do desjejum de um hotel e, enquanto eu desfrutava a refeição, observei as pessoas ao meu redor.

Havia pessoas gordas e magras, jovens e mais idosas, e comecei a avaliar todas. As mangas daquele casaco são longas demais. Os sapatos dela estão folgados. Aquela mulher está usando joias demais. Aquele lá é rígido como uma vara. Continuei nesse tom, até que parei e me perguntei: Afinal, o que estou fazendo? Qual é a minha motivação? Minha autoanálise mostrou que a verdadeira razão era fazer com que eu parecesse melhor. Eu sou perfeita; estou vestida para viajar, e assim por diante. Mas sou eu tão insegura que minha autoestima dependa da aparência das outras pessoas? Preciso medir meu valor para compará-lo com a escala dos outros? Não tenho valor próprio?

Obviamente sei que meu valor não depende de nada: nem de posição, profissão, nem de ser uma avó ou mãe particularmente boa. Ainda assim, parece ser inerente em nós o desejo de ser melhor que os outros. Julgamos precisar dessa afirmação para a nossa autoestima.

Mas não precisamos. Temos um Pai no Céu que, vez após vez, nos diz através da Bíblia quão valiosos somos ao Seus olhos. Somos tão preciosos que Ele morreu por nós e não quer deixar-nos sozinhos aqui na Terra. Era e é Seu desejo estar conosco e capacitar-nos a viver em liberdade. Uma parte dessa liberdade é a consciência do valor de cada pessoa. Portanto, somos valiosos desde o momento em que nascemos, e conservamos esse valor independentemente daquilo que fazemos ou deixamos de fazer.

Muitas vezes me esqueço de que tenho valor simplesmente porque Deus me fez. Talvez deva colar uma grande anotação no meu espelho: “Você é preciosa, mesmo que não goste da sua aparência neste momento.”

Após o desjejum, pedi ao meu Pai celeste que me perdoasse a arrogância diante dos outros hóspedes do hotel, e orei pedindo uma nova atitude e conduta para com meu próximo e comigo mesma.

Querido Senhor Jesus, ajuda-me a perceber que, aos Teus olhos, sou sempre valiosa, e perdoa-me se eu tentar encontrar meu valor à custa dos outros.

Claudia DeJong

21 de junho quinta

Estranho acontecimento


Porque o Senhor Se levantará, como no monte Perazim, e Se irará, como no vale de Gibeom, para realizar a Sua obra, a Sua obra
estranha, e para executar o Seu ato, o Seu ato inaudito. Isaías 28:21

Com frequência, à tardinha, quando volto de carro do trabalho para casa, ou visito minha filha, ouço partes de um programa musical pelo rádio. O toca-fitas não funciona e, um dia, fiquei contente. Qualquer pessoa pode telefonar e pedir que seja tocada uma canção para alguém, ou dedicá-la a seu amigo ou parente. A apresentadora, Delilah, é uma mulher espiritual, assim a considero. Ela incentiva as pessoas a pensar de modo positivo. Diz: “Uma bênção para você” e frequentemente fala em Deus e no que Ele tem feito por ela. Estimula as pessoas a buscar ao Senhor, para que as ajude nos tempos de dificuldade, doença ou indecisão. Ela toca música de qualidade – embora, às vezes, vá para o lado do rock country.

Naquela noite em particular, um ouvinte ligou e, no ar, disse que apreciava ouvir a música e suas palavras de esperança antes de ir para a cama. Ele disse: “Você nos traz ânimo e esperança, neste mundo cheio de estranhezas.” Pensei por muitos dias naquilo que ele disse.

Meu esposo, certa vez, disse que eu estava estranha. Sabe, em julho de 1995, saí em férias e voltei como cristã – com ideias “estranhas”. Eu não gostava mais dos seus filmes seculares nem da música sertaneja. Mas eu não me considerava estranha. Simplesmente encontrara um estilo de vida melhor, seguindo o Senhor. Mas ele me achava diferente – estranha.

Sim, este mundo está cheio de ideias, valores e modos de vida “estranhos”. Na concordância bíblica, encontro uma relação de muitas coisas ligadas à palavra estranho: cidades, países, incêndios, carne, nações, lábios, terras, punição, linguagem, águas, fala, esposas – e mais. Fui conferir todas. São muito interessantes.

A Bíblia diz que Deus executará Seu estranho ato de aparecer como guerreiro para subjugar Seus inimigos, e todos O verão desempenhando um papel completamente diferente de tudo o que já viram antes. “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça” (Apocalipse 19:11). Ele virá como “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 19:16). Estou aguardando esse estranho acontecimento. Tenho certeza de que será muito lindo, e nada estranho. Como é que sei? Porque a Bíblia diz isso.

Vidella McClellan

22 de junho sexta

Férias


Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor. Salmo 27:14

Em 2008, minha família tinha dois grandes eventos para comemorar: os 20 anos de casamento de minha irmã e cunhado, e os 70 anos de meu pai.

Achamos que seria interessante festejar os dois juntos, embora caíssem em meses diferentes. Depois de trocarmos ideias, minha irmã decidiu que a comemoração seria por ocasião de sua viagem anual a Nassau, terra do meu cunhado. E, como papai havia feito no passado, ele e sua esposa iriam junto.

Durante vários anos desejei ir, mas nunca tive o dinheiro para pagar a viagem. No entanto, como aquele era um ano especial, com uma comemoração especial, decidi que iria. Reservei o hotel e quase desmaiei diante do preço! Só conseguiria festejar com eles, em julho, se encontrasse uma passagem aérea promocional.

Eu verificava o preço das passagens todos os dias, e orava para que ele caísse. Eu não tirava férias de verdade desde 1994, e estava realmente na expectativa dessa viagem. Você deve lembrar que, em 2008, a gasolina era vendida a um preço recorde, 4 dólares o galão, e o custo da alimentação estava nas alturas. Talvez não fosse o ano das minhas férias, realmente.

Orei ao Senhor e falei com Ele. Contei-Lhe que não concordava em gastar tanto dinheiro com férias. Ou Ele diminuiria o preço da passagem, ou me daria paz quanto ao dispêndio do dinheiro. Durante os últimos 100 dias, o preço da passagem a Nassau, ida e volta, saindo da minha cidade, tinha caído para menos de 450 dólares. Eu queria menos de 300 e acreditava que Deus providenciaria isso. Começou a cair, sim, mas não o suficiente. Por fim, dei mais duas semanas de prazo. Depois disso, eu me resignaria a não fazer a viagem.
Um dia, conferi o preço de manhã e à noite – havia subido 38 dólares! Direção oposta! Então fui para outro site e não acreditei no que via, quando li 299 dólares. Indo diretamente ao site da companhia aérea, reservei as datas e fiquei completamente pasma quando o preço chegou a 288,80 dólares!

Mais uma vez, Deus me havia “abraçado” e concedido os desejos do meu coração. Naquela noite, as lágrimas correram enquanto eu Lhe expressava meu agradecimento em oração. Então pergunto: Você conhece meu Pai celestial? Já experimentou Seu amor? Está aguardando ansiosamente Sua vinda?

Angèle Peterson

23 de junho sábado

Ovos de andorinha


Vocês valem mais do que muitos pardais. Mateus 10:3, NVI

Era o verão de 1952. Tínhamos terminado o almoço de sábado. A louça estava lavada e os panos de prato pendurados para secar. Os homens estavam na sala falando sobre gado e feno, e as mulheres falavam sobre acolchoados e conservas de tomate. Quando decidi ir para fora, a porta de tela bateu, fechando-se atrás de mim. Era tempo de liberdade. Durante toda a semana, tínhamos trabalhado no campo de feno, mas o sábado era o “Dia de Repouso e Alegria”. A garoa molhou meu rosto e formou pequenas contas sobre minhas longas tranças castanhas. A garotada mais nova brincava dentro de casa, sob alguma supervisão. O que faria esta menina de 13 anos, vinda da cidade, numa tarde chuvosa de sábado, numa fazenda de Missouri?

A cidade era sempre ruidosa. Nossa casa, a poucos metros do pronto-socorro do grande hospital no centro de Los Angeles, era constantemente assombrada pelas sirenes das ambulâncias. As gangues perambulavam pelas ruas. Mas aqui havia segurança. As portas permaneciam destrancadas, dia e noite. A arrogância da cidade fora posta de lado, e eu estava livre.

Fui andando na direção do celeiro. Andorinhas! Elas tinham um ninho no palheiro. Tive a curiosidade de saber se os ovos já haviam eclodido. Subi pela escada até o palheiro e espiei para dentro do ninho. O doce cheiro do feno era agradável. O tamborilar da chuva no telhado de zinco do celeiro dizia que seria inútil aventurar-me ao ar livre. Peguei um ovinho. Para meu deleite, vi que ele já começara a rachar. A minúscula criatura, lá dentro, tentava encontrar uma saída. Fiquei fascinada! Segurando suavemente o frágil ovo na mão, sentei-me sobre um monte de feno para observar. Devagar, a princípio, a criaturinha começou a bicar e a abrir seu caminho para fora da casca. Esperei. Por fim, o passarinho desemplumado ali estava, vulnerável, na minha mão.

Cânticos vindos da casa próxima flutuaram suavemente até o paiol. Que tranquilidade! “Se Deus protege as aves, cuidará de mim também.” Entendi. Eu sabia que Ele me segurava gentilmente em Sua mão, aguardando que eu também “saísse da casca”. Com cuidado, coloquei o bebê passarinho no ninho e desci a escada. A chuva havia parado e a posição oblíqua do Sol, anunciava a proximidade do fim do sábado. Voltei para casa e me assentei sobre o braço da poltrona, unindo minha voz à do meu tio.

Elizabeth Boyd

24 de junho domingo

Auxílio inesperado


Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Salmo 37:4

Sou a caçula de nove irmãos. Meu pai sofreu um esgotamento nervoso e, quando eu tinha 9 meses, ele foi internado num hospital para doentes mentais, onde permaneceu por oito longos anos. Isso aconteceu no início da década de 1930, e obviamente éramos pobres. As crianças mais velhas abandonaram a escola e procuraram trabalho para ajudar a sustentar a família.

Durante a minha vida toda desejei ser enfermeira. Em minha mente, esse era o pensamento supremo. Mas havia tantos desafios que o alvo parecia quase impossível. Contudo, nunca desisti de lutar por ele. Precisei trabalhar para pagar meus estudos e depois consegui frequentar o colégio por um ano, fazendo matérias pré-enfermagem. Trabalhei durante o verão para pagar a conta.

Por fim, vi o caminho desimpedido para me matricular na faculdade de enfermagem, embora não soubesse como financiá-la. Trabalhei como auxiliar de enfermagem num pequeno hospital e economizei cada centavo que podia. Fui aceita no curso de enfermagem da minha escolha e me preparei para ir, mas ainda não tinha nem perto do dinheiro de que precisava.

Orei fervorosamente a respeito disso e deixei tudo nas mãos do Senhor. Um dia, durante o meu turno, atrasei-me para o almoço no refeitório do hospital. Só restava uma pessoa ali, o gerente financeiro do hospital. Peguei minha refeição e sentei-me à mesa com ele. Eu não havia falado com ele nem com ninguém do hospital a respeito da minha necessidade financeira. Mas, para minha surpresa, ele disse de repente: “Delores, o diretor do hospital e eu estivemos conversando. Sabemos que você precisa de mais dinheiro para adquirir sua capacitação como enfermeira.” Com isso, ele pegou uma folha grande de papel e a entregou para mim. E disse: “Se você concordar com isto, é só assinar, e nós lhe mandaremos o dinheiro sempre que você precisar. Quando concluir seu curso de enfermagem, você deverá voltar para cá, a fim de trabalhar e pagar o empréstimo, sem juros.”

Puxa! Muito obrigada, Senhor! orei, em silêncio. Eu sabia que me ajudarias. Obviamente, assinei o papel. E que bênção foi, para mim, usar dinheiro do empréstimo para também pagar minha passagem para casa, nas férias, e cobrir outras necessidades. O Salmo 37:4 sempre me foi especial. O Senhor, verdadeiramente, satisfez os desejos do meu coração.

Delores Pohle Master

25 de junho segunda

Ervas daninhas da vida


[O justo] é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido. Salmo 1:3

Após retornar de uma excursão, encontrei ervas daninhas de um metro de altura esperando por mim, em casa. Puxa! Como foi possível que essas ervas criassem raízes e crescessem tanto em apenas um mês? Eu esperava que as plantas perenes que eu plantara no ano anterior reaparecessem. Mas logo percebi que esperança sem ação é inútil. Espanta-me que as ervas daninhas cresçam sem qualquer trato ou cultivo, e suas raízes se aprofundem e se estendam.

Às vezes, em nossos relacionamentos, encontramos ervas daninhas crescendo onde nunca as plantamos. Essas ervas causam atritos, divisão e, por fim, desastre. Isso me faz lembrar da parábola de Jesus sobre o homem que saiu a semear: “Outra [semente] caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram” (Mateus 13:7). Algumas de minhas amigas que realmente gostam de jardinagem falam das alegrias de arrancar ervas daninhas, de desarraigar essas plantas que se espalham, antes que tomem conta de tudo. Não consigo me identificar com isso, já que prefiro trabalhar entre quatro paredes. Mas bons mordomos precisam trabalhar onde são necessários, e não necessariamente onde desejam.

Essa lição objetiva me ensinou a ser coerente com aquilo que desejo na vida. Se quero paz, devo plantar as sementes da paz. Se quero amor, devo plantar as sementes do amor. Se quero alegria, alegria indizível, devo plantar as sementes da alegria. Se quero amizades sólidas, devo plantar sementes que gerem amizade. Se desejo estabilidade financeira, devo plantar as sementes da sábia administração. Se desejo sabedoria, devo plantar as sementes da sabedoria. Se desejo mudanças transformadoras, positivas no mundo, devo ser a mudança que eu quero ver. Seja qual for o desejo, ele requer que eu seja intencional em meus atos. Caso contrário, as ervas daninhas da dúvida, do desespero, da carência, da solidão e insensatez sufocarão as boas plantas. Hoje, sou categórica em meu desejo de plantar as sementes do amor, alegria, paz, mansidão, bondade, amizade, boa administração e conhecimento. Assim, pratico um cuidado preventivo, arrancando as ervas que ocultam e sufocam essas qualidades da vida.

Sinta-se abençoada. Intencionalmente escolho sentir-me assim.

Lady Dana Austin

26 de junho terça

Meu rei Asa


Asa fez o que era bom e reto perante o Senhor, seu Deus. 2 Crônicas 14:2

Com uma sensação de culpa, olhei para o cartão de visita que estava numa prateleira da minha sala de jantar. O cartão já estava ali fazia semanas, quem sabe meses. Estou muito ocupada com minhas duas meninas, desculpei-me. Certo, mas a verdade era que eu receava falar com alguém que não conhecia. Eu havia aceitado com boas intenções o cartão num sábado à tarde, após o culto na igreja, mas, sendo cristã fazia pouco tempo, meu coração andou um pouco à frente da minha coragem.

Por fim, um dia, o Espírito Santo venceu e fiz o telefonema. Um cavalheiro me atendeu e, durante o curso da conversa, fiquei sabendo que era o pai do homem cujo nome aparecia no cartão. Quando desliguei, havia marcado um horário para conhecê-lo e levar-lhe alguma literatura.
Asa era um homem de aparência doentia, com seus 60 e tantos anos. Era muito magro e precisava usar oxigênio para auxiliar a respiração. Sua aparência era rude, mas eu o vi como um homem gentil que amava seu Senhor. Esse foi o início de uma preciosa amizade que durou vários anos. Eu brincava com ele, chamando-o de rei Asa, em referência ao bom rei Asa da Bíblia.

Depois que minhas filhas iam dormir, Asa ligava e dizia: “Joanie, fale comigo a respeito de Jesus!” Nós ríamos, chorávamos, animávamo-nos um ao outro e orávamos juntos. Ele foi uma bênção tremenda em minha vida, e eu dava graças a Deus por esse amigo tão precioso.

Eu o visitava e estudávamos a Bíblia sempre que possível. Mas, como costuma acontecer na vida, as coisas mudaram. Asa estava doente, com enfisema, e o prognóstico não era bom. Por fim, a doença piorou. Um dia, ele me contou que, justamente três dias antes do meu primeiro telefonema, ele havia orado para que Deus lhe mandasse alguém a fim de ensiná-lo acerca de Deus e da Bíblia. Lembra-se de quanto tempo aquele cartão ficou na prateleira, por causa do meu medo e da minha fé imatura? Foi com grande humildade que reconheci ter sido a resposta à oração de alguém!

Não muito tempo depois disso, Asa dormiu em Jesus. Ah, ele não chegou a se tornar membro da minha igreja, nem aceitou tudo o que partilhei com ele, mas creio que, quando Asa despertar um dia, a primeira coisa que ele verá será a face do seu Salvador. Ele e aquilo que aprendi com ele permanecerão sempre no meu coração e lembrança, como uma preciosa dádiva de Deus.

Joan Green

27 de junho quarta

Meu lar definitivo


Casa não feita por mãos. 2 Coríntios 5:1 ... da qual Deus é o arquiteto e edificador. Hebreus 11:10

Quando eu era pequena, nossa família vivia numa casa de bambu e nipa, junto à praia, nas Filipinas. Um dia, quando meus irmãos e eu voltamos da escola para casa, vimos ondas grandes rebentando na praia. Pior que isso – nossa casa não estava lá! Outras casas também haviam desaparecido. Um maremoto varrera todas as casas daquela região. Não mais tínhamos um teto, mas meus irmãos maiores ajudaram rapidamente a construir uma casa nova para nós.

Quando eu tinha uns 10 anos, mudamo-nos para uma casa maior, de madeira. Tinha quatro grandes pilares, em fundações de concreto.
Tenho morado em muitas outras casas, devido a mudanças da família e por necessidade do trabalho. Não tínhamos escolha.

O nascimento do nosso último bebê aumentou a família para seis pessoas. Por algum tempo, moramos numa casa de um dormitório, entre pinheiros, em Tucson. Depois, mudamo-nos para uma casa com quatro dormitórios. Na Califórnia, alugamos um apartamento de três dormitórios e acabamos comprando uma casa da qual era possível ir a pé para o trabalho. Quando nos mudamos para Virgínia, os fundos da propriedade davam para um pitoresco lago, e nosso quintal tinha um terraço. Amigos e vizinhos distribuíam frutas e verduras, quando era época. Ficamos felizes por adquirir aquela propriedade. Amigos e parentes também gostavam de pescar no lago.

Agora, nossa última casa, considerada a melhor, é toda de alvenaria. Tem dois pisos e vista para o mar. De um lado, há coqueiros, outras árvores frutíferas e verduras. Do outro lado, há um rio. A área tem paisagismo com plantas exóticas de diferentes cores, que combinam bem com as pedras do rio. O jardim não precisa de irrigação regular, mas, ocasionalmente, é regado de modo manual, com água do poço. A chuva é frequente e a água, abundante.

Consideramos essa propriedade uma bênção maravilhosa do Senhor. Assim, oferecemos a casa não só à nossa família, mas a missionários e a outros que precisem de hospedagem.

Deus fez uma promessa a todos os que creem. Somos residentes apenas temporários nestas imprevisíveis habitações na Terra. Ele preparou nosso lar definitivo no Céu.

Esperanza Aquino Mopera

28 de junho quinta

Alegrias através do diário


Escreve isto para memória num livro. Êxodo 17:14

“Rita, você falaria às mulheres sobre a prática de escrever um diário, quando nos reunirmos para nosso almoço no domingo?”, perguntou Daisy.

Respondi que seria um prazer, e minha mente voltou à primeira vez que ouvi falar em fazer um diário. A professora do meu filho na primeira série, Sra. Giem, contou-me sobre a bênção e a alegria que o diário se tornara para ela, e sugeriu que eu também fizesse isso. Mas a impressão que tive era de que isso significava trabalho. Eu já andava ocupada, e me senti sobrecarregada só de ouvir falar em diário.

Deus foi paciente comigo e esperou 13 anos antes de fazer a sugestão de novo, e de modo incomum. Enquanto eu visitava minha mãe, antes de me mudar para o Alasca, ela disse: “Rita, você precisa começar a registrar sua vida no Alasca. Você vai experimentar coisas que não desejará esquecer – mas esquecerá, a menos que as registre.” Pareceu uma boa ideia. Assim começou o primeiro diário. Então, num retiro de mulheres, ouvi Juanita Kretschmar contando as alegrias e bênçãos de fazer anotações e reclamar promessas como parte de nossa devoção diária. Eu estava começando a captar a ideia.

Algo mais aconteceu. Em outra visita à minha mãe, ela me mostrou um pedaço de papel que fora deixado na Bíblia de minha bisavó. Nesse papel ela havia escrito: “Fitchburg, Califórnia, 18 de novembro de 1910. Terminei de ler a Bíblia toda pela sexta vez e espero, queridos filhos, que vocês gostem de ler a Bíblia. Sem a leitura da Bíblia, vocês não sentirão que estão perto de Deus.” As anotações continuaram até 1918, o ano de sua morte. Achei que essa era uma grande ideia. Assim, fiz minha primeira anotação: “30 de junho de 1996 – Anchorage, Alasca. Completei a leitura da Bíblia toda pela primeira vez! Assim como minha bisavó registrava a conclusão de sua leitura da Bíblia todas as vezes, vou fazer isso também. Que bênção!”

Agora, 13 anos e mais de 20 diários depois, em junho de 2008, registrei minha décima terceira leitura da Bíblia toda. Esses diários contêm promessas, eventos quase olvidados que trazem ânimo quando relidos, conversas com Deus durante tempos bons e maus, respostas miraculosas a orações e pedidos de oração ainda na lista de espera. Incentivo você, que lê este devocional, a pedir que Deus a dirija em sua decisão de começar ou continuar a jornada de anotações num diário.

Rita Kay Stevens

29 de junho sexta

Você está sendo observada


Porque aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Salmo 91:11

Você está sendo observada? Se está, por quem? O conceito de ser observado é bom, contanto que estejamos sendo observadas pelos vigias certos: nosso amoroso Senhor ou nossos anjos da guarda. Você já morou numa comunidade ativa como a dos Vizinhos Vigilantes? É provável que veja uma placa com estas palavras: “Você está sendo observado.” Embora essa placa se refira a um vigia temporal, nosso texto aponta para um vigia espiritual cuja presença nem sempre é visível, mas mesmo assim tangível.

Nunca sabemos quem nos vigia. Mas sei, por experiência própria, o que significa ser vigiada por Deus. Muitas ocasiões em minha vida me proporcionaram essa experiência. Lembro-me nitidamente de algo que aconteceu quando eu frequentava a escola no Canadá. Certa manhã, numa fração de segundo, fui salva de ser atropelada num cruzamento de pedestres. Certa de ter olhado para a direita e para a esquerda, comecei a atravessar – quando fui literalmente puxada para trás, alguns centímetros. Com a cabeça virada para a esquerda, vi uma enorme van correndo na rua. Ela passou a centímetros de mim, em alta velocidade. Os anjos de Deus me guardaram naquela manhã.

Quando Hagar fugiu de sua patroa para o deserto, tomou consciência da vigilância de Deus sobre ela. “‘Tu és o Deus que me vê’, pois ela disse: ‘Teria eu visto Aquele que me vê?’” (Gênesis 16:13, NVI). Desde o início, Ele tem sido o Deus que nos vigia.

Ele nos observa atentamente numa variedade de ocasiões e momentos: de impotência e desesperança, de dor e pressão, de instabilidade e indecisão, momentos de fracasso, enfermidade e tristeza. Isso não é tudo: Ele também nos observa durante os momentos de sucesso, triunfo, paz, alegria, felicidade e, naturalmente, quaisquer outros momentos espetaculares da nossa vida. Sua zelosa vigilância sobre nós é de natureza íntima e deve ser guardada igualmente por nós.

Quando nos deleitamos com a realidade de estarmos sendo vigiadas pelo nosso Pai onipresente, recebemos a coragem necessária para manter uma postura estável neste mundo que tem tantos vigias. Senhor, graças Te dou porque cuidas de mim.

Althea Y. Boxx

30 de junho sábado

Crianças especiais


Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a Mim, porque dos tais é o reino dos Céus. Mateus 19:14

Quando surgem boas oportunidades, não nos resta outra atitude a não ser agarrá-las, se o foco e o desejo são servir a Deus. Alguns anos atrás, animar e alegrar centenas de crianças através de projetos missionários era a última ideia em minha cabeça, mas meu rumo mudou e tive a oportunidade de organizar e coordenar essa atividade. Pensando sobre isso agora, eu me pergunto: teria sido um salva-vidas, uma segunda chance, destino ou um dom que eu nem imaginava possuir e que, portanto, foi convocado à ação de modo grandioso? Seja qual for a resposta, a experiência, as recompensas e os benefícios superaram as muitas perguntas que eu fazia a mim mesma. Digo isso confiante, porque creio que meu Pai celestial tem estado no controle e cuida das necessidades de todas aquelas crianças que eu não conhecia antes.

Tive o privilégio de liderar as moças do meu dormitório na implementação de um projeto comunitário, no sentido de estabelecer contato e tocar a vida de algumas crianças especiais. Durante meses, passamos algum tempo entrando em contato com a casa de todas as crianças na comunidade em que eu trabalhava, bem como com a ala infantil do hospital da cidade. Arrecadamos livros e brinquedos em empresas, livrarias e lares. Cantamos belas canções, lemos e recitamos poemas. Houve expressões de gratidão e sorrisos em todos os rostos. Foi um dia do qual me lembrarei para sempre. Que ministério melhor existe do que dispor-se e tocar a vida de quem precisa do nosso amor e atenção? pensei. Os livros são alguns dos presentes mais preciosos que se pode dar. Existe vida nos livros, existe vida na leitura.

E Jesus disse: “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a Mim, porque dos tais é o reino dos Céus” (Mateus 19:14).
Querido Pai celestial, quando nos dispusermos a tocar a vida de outros, ajuda-nos a fazê-lo com um coração puro e amoroso, sem preocupação com nosso conforto ou recompensa, mas para abençoar as pessoas assim como Tu o farias. Em nome de Jesus, peço e agradeço. Amém!

Elizabeth Ida Cain

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